Transfusão de sangue em cães: conheça os efeitos para o animal

Anemia, hemorragia, atropelamento… São diversos os motivos que podem tornar necessária uma transfusão de sangue em cães. O procedimento é sempre delicado mas, se realizado em uma clínica confiável, as chances de ser bem sucedido são elevadas.

Quer entender um pouco melhor como funciona esse processo e quais riscos ele pode trazer para os cachorros? Então, continue a leitura!

Como funciona a transfusão de sangue em cães?

Seja para humanos ou para cães, a transfusão de sangue é sempre um procedimento delicado. É preciso avaliar as condições de saúde do animal que recebe a doação de sangue e ainda examinar a compatibilidade do sangue, atentando-se às possíveis reações, como taquicardia, salivação e hipotensão.

A transfusão pode ser realizada a partir de sangue total fresco, sangue total estocado, papa de hemácias, plasma fresco congelado, plasma rico em plaquetas ou crioprecipitado.

O procedimento, no entanto, dificilmente acontece na sala de cirurgia. O mais comum é que se utilizem bolsas processadas de banco de sangue animal, concentrado em hemácias, o sangue total estocado.

A falta de sangue disponível nos bancos para animais é um problema recorrente, e para doar, os cães devem ter entre 1 e 7 anos de idade, pesar mais de 25 kg, estar saudável, vacinado, vermifugado e prevenido contra ectoparasitas, não estar prenhe e ter um temperamento dócil.

Tipos sanguíneos dos cães

Assim como os humanos, os cães também possuem tipos sanguíneos. Eles são classificados pelo sistema DEA (Dog Erythrocyt Antigen em inglês ou Antígeno Eritrocitário Canino em português), como sete fatores: DEA 1.1, DEA 1.2, DEA 3, DEA 4, DEA 5, DEA 6, DEA 7.

Um mesmo animal pode apresentar uma combinação de diferentes tipos sanguíneos, e o mais comum é o DEA 4, considerado doador universal e muito presente na raça Galgo.

Quanto às raças, é preciso atentar-se aos Dálmatas, que possuem anticorpos anti-Dal e apresentam maior risco de incompatibilidade com outros cães, o que pode resultar em mais reações.

Quais os efeitos da transfusão de sangue em cães?

As reações às transfusões de sangue em cachorros podem ser agudas ou tardias. Vamos conhecer cada uma delas?

Reações agudas

Caracterizadas como aquelas que ocorrem em até 24 horas após o procedimento, as reações agudas imunológicas podem ter diferentes gravidades, levando o animal à hipertermia, tremores musculares, vômito, taquicardia e falta de ar. Dependendo do caso, as complicações podem até levar à morte do animal.

Para evitar esses problemas, é realizado o teste maior de compatibilidade, em que se verifica se o receptor não possui anticorpos contra as hemácias do doador.

Reações tardias

As reações tardias, por outro lado, ocorrem após as 24 horas do procedimento, e podem ser observadas dias, semanas ou até mesmo anos depois da transfusão.

Entre as mais comuns, a púrpura pós-transfusional é caracterizada pela diminuição do número de plaquetas na semana pós procedimento e a reação hemolítica tardia pode causar hemólise extravascular, icterícia e anorexia no pet.

Outro possibilidade é do receptor contrair alguma doença infecciosa a partir do sangue do doador. Para evitar esse caso, é feita uma triagem anterior à coleta de sangue com os exames complementares adequados.

Como a alimentação pode ajudar nessa situação?

A alimentação tem um grande impacto na saúde do pet, e na hora da transfusão de sangue, não é diferente. Afinal, uma dieta deficiente em ferro pode causar um quadro de anemia em cachorro e ser motivo suficiente para o animal precisar realizar uma transfusão.

Na recuperação, uma ração balanceada, com quantidades adequadas de nutrientes e vitaminas, colaboram diretamente para a imunidade do cão. Assim, caso ele se contamine com alguma bactéria, seu corpo estará mais forte para combater aquela ameaça.

Gostou de saber sobre transfusão de sangue em cães? Esperamos que as informações tenham ajudado o seu pet!